Quero começar este texto com uma simples pergunta, devemos dar ao cliente aquilo que ele quer ou aquilo que ele precisa?
Na minha opinião a resposta é tão simples como a pergunta, devemos dar ao cliente aquilo que ele precisa.
No mundo das vendas é comum ouvirmos a expressão “apontador de encomendas”, ela é usada quando um comercial se limita a colocar a encomenda que o cliente pede, sem perceber o porquê de tal pedido ou se realmente é indicado para ele.
Não é segredo que este tipo de vendedor tem vindo a baixar a sua performance, isto porque:
1. Não é necessário um vendedor para anotar uma encomenda. Hoje, com o avanço do digital, o cliente pode fazer o pedido que quiser de forma muito mais rápida.
2. Quando a venda é limitada aquilo que o cliente quer, a margem de erro é muito superior. Isto é, quando existe uma compra por parte de um cliente o objetivo será satisfazer uma de duas coisas, resolver um problema ou realizar um sonho. O que na prática significa que ao adquirir um produto, o cliente tem uma expectativa e aqui começa o problema.
Se o vendedor não conhece a realidade e a expectativa do cliente, como poderá satisfazê-la? A resposta é, não pode.
As consequências começam aqui, o cliente perde a confiança no vendedor, achando que ele só procurou vender em vez de o ajudar e certamente irá começar a procurar outras opções no mercado. Devemos sempre lembrar-nos que por vezes só precisamos de uma falha da concorrência para conseguirmos entrar num novo cliente, então, são essas mesmas falhas que devemos evitar para impedir que a concorrência consiga entrar nos clientes que nos compram regularmente.
O que acontece quando entregamos ao cliente aquilo que ele precisa em vez daquilo que ele quer?
Podia responder apenas com uma palavra, fidelização.
Perguntas como “porquê?” “o quê” e “como?” são algumas das questões fundamentais em qualquer venda.
É verdade, o cliente até pode ter a iniciativa de ser ele a pedir algo, mas perante isso o vendedor deve sempre responder com questões.
• Porque é que fez esse pedido?
• Como é a sua realidade hoje, com o que está a usar (ou não está a usar)?
• Como espera que seja a sua realidade após ter esse produto?
Estes são apenas alguns exemplos, a verdade é que o vendedor necessita de entender como é a realidade do seu cliente e qual é a expectativa que ele tem e só depois concordar com o pedido do cliente, ou em muitos casos, sugerir uma solução mais adequada para o cliente.
Quando isto acontece, a probabilidade de uma expetativa ser cumprida, torna-se muito elevada. O cliente começa a olhar para o vendedor como especialista, ganhando confiança e recorrendo mais vezes a ele, porque neste momento, o cliente sabe que o vendedor irá sempre procurar ajudá-lo em vez de simplesmente, vender.
Acabo este texto como comecei, com uma pergunta e uma resposta.
Devemos entregar ao cliente aquilo que ele quer?
A minha resposta é sim, desde que tenhamos a certeza que é aquilo que ele também precisa.
Francisco Almeida
Consultor
INTERESSADO EM MELHORAR AS SUAS VENDAS?
Preencha o formulário e a nossa equipa entrará em contacto.